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Um luxo de quadrilha

As roupas de chita e o chapéu de palha dão lugar a pedrarias, paetês e cetim nas quadrilhas estilizadas. Fomos a Caruaru, em Pernambuco, ver os bastidores deste espetáculo

Por Maryane Martins (texto) e Daniele Leite (fotos), de Caruaru (PE)

As cores, o brilho, os os e os ritmos demarcam uma das mais expressivas manifestações culturais do período junino: as quadrilhas. O nome vem do francês quadrille, que remete à disposição dos pares em forma de quadrado.

Inicialmente era um festejo camponês europeu para celebrar a colheita do milho. Depois, ganha espaço nos salões da aristocracia e chega ao Brasil pela corte imperial portuguesa. Com o ar dos anos, volta às suas origens: a classe popular.

Hoje é uma dança de todos.

Longe da estética sa, a quadrilha ganhou força no Nordeste e teve suas imagens e símbolos reinventados ao longo dos anos. Essas transformações não representam o fim da tradição: caminham ao lado dela.

Numa ruptura do formato tradicional, as roupas e o estilo caricatos abriram espaço às cores vivas dos figurinos de pedrarias, paetês, lantejoulas, cetim e brilhos das quadrilhas estilizadas.

Tantos elementos, que compõem pomposas apresentações, precisam de tempo, cuidado e dedicação para serem preparados. Afinal, são parte de um espetáculo tão coreografado e exuberante quanto um musical da Broadway.

"Todo ano temos tema, figurino, cenário e coreografias diferentes. É tudo novo", conta Mayara Leitte, que em 2023 é a noiva da quadrilha junina Flor do Caruá, há cinco anos é uma das representantes da cidade de Caruaru, em Pernambuco.

A Flor do Caruá é formada por 60 pessoas, em média. Embora a maioria das apresentações aconteça entre maio e julho, os ensaios não dão trégua. "Todos os finais de semana já temos hora marcada. Nem o Dia das Mães é poupado", diz o educador físico Ranielson Gomes.

Ranielson dá vida à bruxa, personagem que faz parte do tema escolhido este ano pela quadrilha: "O Mistério da Vida". Sim, a dança é como um teatro bailado, com direito a roteiro, protagonistas e 'coadjuvantes' (aqui chamados de brincantes).

Os figurinos luxuosos têm valores variados. Os dos brincantes, que são a maioria, custam cerca de R$ 600. Já os destaques, como Mayara e Ranielson, pagaram em média R$ 3.000.

Nós não temos apoio de nenhum órgão, somos nós por nós. Tudo por amor, realmente. Então fazemos rifas, eventos e tentamos alguns patrocínios"

Mayara Leitte, noiva da Flor do Caruá

Mas os custos podem ser ainda maiores. Os matutos, que compõem o grande grupo da quadrilha Origem Nordestina, do Recife, gastaram em média R$ 1.200 por figurino. Os destaques desembolsaram R$ 6.000.

Em 2023, o tema da Origem, que em 29 anos de estrada ostenta títulos como bicampeã global e tricampeã pernambucana, foi "Vaca Profana", que se debruça na figura da mulher e traz reflexões com relação ao apagamento dela com relação ao homem.

Apesar das diferenças, a distância entre as quadrilhas tradicionais e estilizadas é recuperada no conjunto de personagens obrigatórios em toda quadrilha, como o casal de noivos e o marcador.

Responsável por pontuar os momentos em que a quadrilha irá realizar cada o, o marcador tem um papel fundamental: é ele quem narra a história da quadrilha para o público.

Eu comecei dançando na última fila da quadrilha, depois ei a me montar e descobri a arte drag queen. Até que na Caruá me encontrei como marcador. Hoje sou a voz da quadrilha"

André Filho, marcados da Flor de Caruá

Com o tempo, a quadrilha foi se abrasileirando no ritmo e nas coreografias, deixando as características europeias e trazendo elementos indígenas e africanos.

O xaxado, a marcha, o galope e o coco foram incorporados à dança. Luiz Gonzaga foi responsável por inserir o baião e outros ritmos musicais nordestinos, fortalecendo a identidade da quadrilha que é conhecida atualmente.

Anavantur, anarriê, sangê, serrote e caminho da roça fazem parte da quadrilha tradicional, com características do matuto. A quadrilha estilizada exige um pouco mais de postura e sincronia e mantém um padrão ao ser coreografada do início ao fim. Em ambas, a batida das palmas das mãos e dos pés está presente, como uma forma de reverência às festas juninas.

O cansaço dos ensaios, os sorrisos e as lágrimas, as vitórias e derrotas, o calor da plateia e o exagero fazem parte de um ciclo que, para os quadrilheiros, dura um ano inteiro. Mas é em junho que tudo se materializa num sentimento comum a todos eles:

"Valeu a pena"